JACOB JR, MY JEWISH WORLD. KL NATZWEILER - LE STRUTHOF II
Shalom! World. Never forget!
Entre os anos de 1941 e 1945 a Alsácia, localizada no nordeste da França, esteve anexada ao III Reich, que resultou na construção de um dos campos de concentração mais mortal da Segunda Guerra Mundial: o Kontenzatrationslager Natzweiler. Cerca de 52.000 indivíduos por ali passaram e mais de 20.000 não sobreviveram e foram vítimas de terriveis condições de detenção, de experiêencias científicas devastadoras e da "marcha da morte".
Instrumento de uma política de repressão violenta, a qual visava a manuteção de insumos para a indústria alemã, foi responsável por uma implacável logistica em prol "de la mécanique concentrationnaire" às margens do Reno. Através das chegadas e das partidas dos prisioneiros, o trabalho forçado em busca do mármore rosa, as punições ou as experiências médicas, na verdade, são incapazes de traduzir a barbárie sobre as suas vítimas.
O poeta esloveno Boris Pahor, que foi prisioneiro em Natzweiler, em sua obra Pèlerin parmi les ombres, descreveu um conceito provocante sobre a memória de um prisioneiro num campo de concentração: "O zumbido de memória mais o desconforto de estar em um campo - o campo - transformado em um lugar de memória." Como poderiamos descrever os sentimentos que rondavam a frágil sensação existencial de um prisioneiro? Primo Levi, chegou bem próximo, entretanto lembremos que a sobrevivência tornou-se um fardo extremamente pesado, "Por que eu sobrevivi?" Os depoimentos e testemunhos quando possuidos da certeza da dor no passado, inevitavelmente contamina a substância?
Câmara de Gás, localizada á 3 km do KL. |
O poeta esloveno Boris Pahor, que foi prisioneiro em Natzweiler, em sua obra Pèlerin parmi les ombres, descreveu um conceito provocante sobre a memória de um prisioneiro num campo de concentração: "O zumbido de memória mais o desconforto de estar em um campo - o campo - transformado em um lugar de memória." Como poderiamos descrever os sentimentos que rondavam a frágil sensação existencial de um prisioneiro? Primo Levi, chegou bem próximo, entretanto lembremos que a sobrevivência tornou-se um fardo extremamente pesado, "Por que eu sobrevivi?" Os depoimentos e testemunhos quando possuidos da certeza da dor no passado, inevitavelmente contamina a substância?
O Kozentrationslager foi protagonista na supressão da dignidade e não apenas da liberdade do homem. Pahor ainda constata que apesar da incomunicabilidade dos campos, no compartilhamento da realidade do extermínio, comporia ainda um quadro de dúvidas que levaria à esperança, apesar da história registrar um quadro de violência em marcha.
A realidade historiográfica se impôs, pois apesar da enxurrada de publicações, a partir de 1945, sobre o nazismo e a guerra, o mesmo não se pode dizer sobre os campos de concentração. Devemos tomar um certo cuidado sobre um "conflito" delicado: a facilidade imposta pelos depoimentos dos sobreviventes impregnados, obviamente, com um clima emocional com os estudos acadêmicos e científicos. Um bom exemplo de um belo estudo acadêmico foi realizado por Olga Wormser-Migot - Le Système concentrationnaire nazi, 1933-1945.
A fonte pesquisa veio do CDJC (Centre de documentation juive contemporaine), que também serviu com uma excelente referência para os pesquisadores: L. Poliakov, G. Wellers e J. Billig com sua obra: L'Hitlérisme et le Système concentrationnaire. Ambos os autores trataram da deportação dos judeus pelos franceses. Sim! Os franceses, sob o governo colaboracionista de Vichy serviu ao regime nazista sem nenhum desconforto.
Tais pesquisas foram responsáveis graças as informações contidas no Comité d'histoire de la Deuxième Guerre mondiale criado em 1951. Vem da Alemanha uma excelente obra produzida por Enno Georg - Die Wirtschaftlichen Unternehmen der SS - que trata da função econômica dos campos. O trabalho identifica duas funções na história dos campos de concentração: inicialmente a função político-repressiva; e em seguida a função econômica. Implementado pela SS desde 1937/38 e se espalhando por todo Reich até 1942.
Alguns elementos são decisivos para o entendimento da mudança da função: o crescimento territorial do Reich implicou no aumento paralelo do número de prisioneiros, portanto uma maior necessidade de produção de bens que compunham o esforço de guerra. Este entendimento é substancial e indispensável.
Um conflito de interesses dentro do Reich se multiplicou. Goering assegurava a importância estratégica da indústria bélica, que não poderia dispensar a mão de obra dos prisioneiros.
Na década de 80 do século passado o pesquisador U. Herbert - Fremdarbeiter. Politik und Praxis des "Auslander-Einsatz" in der Kriegswirtschaft des Dritten Reiches - marca uma nova orientação científica no trato do trabalho forçado tanto dos prisioneiros dos campos, dos habitantes de leste europeu subjugado à mão de ferro dos nazistas. Na realidade o campo de concentração era composto dos prisioneiros de guerra, ou seja, aqueles que faziam parte do corpo militar juntamente com os prisioneiros civis, como os judeus, prisioneiros sem um movimento dentro do ambiente de representação de oposição ao regime, mas pelo simples fato de serem judeus, das crianças ao idosos, e exatamente por não servirem ao esforço de guerra deveriam ser imediatamente eliminados.
O papel do historiador que aqui estou investido, deve compor uma visão repressiva do KL e aliar a uma perspectiva de reforçar a análise para trazê-lo mais próximo da realidade nos campos de concentração, ou seja, inicialmente deve se ater aos mecanismos organizacionais dos campos (KL). Assim, a visão de longo prazo dos campos de concentração declinou o papel exercido por sua repressão brutal inicial e primitiva por uma sucessão progressiva de aproximação com técnicas cada vez mais modernas rumo à (judenfrei - livre dos judeus) Solução Final.
Após 1942, o desenvolvimento da função econômica leva a necessidade de aumentar o trabalho nas linhas de produção. A progressiva mudança do controle dos KL para o setor econômico WVHA - Wirtschaftsverwaltungshauptamt - Escritório Central da Administração Econômica da SS, em detrimento da lógica da segurança representada pela RSHA - Reichssicherheitshauptamt - Escritório Central da Segurança do Reich, que transformou o cotidiano dos detentos. É do conhecimento da sociedade internacional a utilização dos prisioneiros como trabalhadores escravos para empresas alemães, como por exemplo: Siemens, BMW e Hugo Boss.
A estrutura do KL passa de monucelular para multicelular. Neste momento a cartografia é implacável: surge "a metástase do mal". Com tal realidade, fica evidente a cumplicidade de uma parte da população com as instituições repressoras, afinal dentro do território francês foi constituido integralmente um complexo prisional como o KL Natzweiler, e os kommandos (campos satélites) onde especifico os que visitei: Rothau e Schirmeck-La Broque.
Os guardas da SS (Schutzstaffeln - Esquadrão de Proteção), que administravam o KL Natzweiler foram beneficiados com uma autonomia gerencial, a qual, tomavam iniciativas que destoavam dos movimentos habituais. Os registros históricos deixaram marcas que Dante e Kafka, tantas vezes citados pelos sobreviventes iriam encontrar a mais perfeita ilustração do "Inferno" e do "Absurdo", respectivamente.
Sala para experiências médicas com os prisioneiros. |
O nazismo, foi um dos raros sistemas políticos, se não o único, que não deixou atrás de si, sequer, um único traço positivo.
O saldo que fica desta análise histórica, é a ampliação dos carrascos, no qual este protagonismo não foi exclusividade na história do povo alemão, muito pelo contrário, alguns franceses se esforçaram bastante. Portanto, não basta, a declaração de mea culpa, "Plus jamais ça!" presente no Memorial de Drancy e no Vélodrome h'Hiver em Paris.
O mais importante é que nós devemos conservar, Never forget!
Suporte Cultural: SOUL e L'Integration d'Association avec Israel et dans le Mond/Fr
Shalom! Aleichem.
O mais importante é que nós devemos conservar, Never forget!
Suporte Cultural: SOUL e L'Integration d'Association avec Israel et dans le Mond/Fr
Shalom! Aleichem.
Musée du Centre européen du Resistant Déporté |
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