JACOB JR. MY JEWISH WORLD. OS 86 INESQUECÍVEIS-KL NATZWEILER-LE STRUTHOF


Shalom! World.

Thursday, Adar II 25, 5774 · March 27, 2014


OS 86 INESQUECÍVEIS.






David AkouniBella AlalufIsrael AlbertElvira Amar
Emma AmarPalomba ArnadesAron AronNety Aruch
Martin AscherEsra AsserAllegra AttasErnestine Baruch
Joachim BaschJoachim BehrendtGunther BenjaminAllegre Beracha
K. BezsmiertnySamuel Bluosilio







Harri BoberSara Bomberg
Sophie BoroschekNisin BucharRebeca CambeliSarica Cambeli
Elei CohenJuli CohenHugo CohenGunter Dannenberg
Sabi DekaloKurt DriesenAron EsformesArom Eskaloni
Ester EskenaziMaurice FrancesAbraham FrancoHeinz Salo Frischler
Benjamin GegerFajsch GichmanBrandel GrubHugo Haarzopf
Charles HassanAlfred HayumRudolf HerrmannJacob Herschfeld
Albert IsaacIsrael IsakSabetaij KaponMaria Kempner
Levei KhanElisabeth KleinJean KotzPaul Krotoschiner
Else LeibholzKurt LevyIchay LitchiMichael Marcus
Maria MatalonA. MatarassoLasas MenacheKaterina Mosche
Regina NachmanSiniora NachmiasDario NathanSarina Nissim
Hch. OsepowitzJeanette PassmannHermann PinkusJacob Polak
Israel RafaelSamuel RafaelSiegbert RosenthalFrank Sachnowitz
Marie SainderichinAlbert SaltielMaurice SaltielMaurice Saporta
Mordochai SaulGustav SeeligAlice SimonEmil Sondheim
Sigurd SteinbergNina SustilMenachem TaffelMartha Testa
Maria UrsteinWalter Wollinski



Ciente da importância de que os documentos conservem a memória dos fatos, questiono se é suficiente que a história esteja escrita com a fidelidade merecida ou se a sua contínua lembrança seja um fator de preservação? O que questiono é sobre a escala do mal que produziu ações que são inomináveis, e o esforço que devemos empreender em não deixa-la cair no esquecimento.
As experiências médicas praticadas nos Konzentrationslager,  representam as minhas interrogações. A questão, portanto é recorrente. O fato de que eminentes cientistas conduzirem os seus conhecimentos a serviço da fé que sustentava ideologicamente o IIIº Reich seria compreensível? De certo que não, conforme normas éticas soberanas.
A teoria racial desenvolvida pelos nazistas a partir de 1933, envolveu prestigiosas universidades alemães. A partir de 1933, os campos de concentração, de extermínio, os centros de eutanásia e os asilos forneceram a estrutura e as vítimas para a construção material da suposta teoria da superioridade racial alemã. Sua aplicação, segundo o processo de Nuremberg, constitui-se num crime contra a humanidade.
Os centros de eutanásia, os campos de concentração ou de extermínio foram as escolas que codificaram e aperfeiçoaram estas práticas. Elas se alimentavam da ostensiva passividade e fragilidade que suas vítimas estavam submetidas e uma câmara de gás foi disfarçada como um espaço para o banho ou desinfecção; a injeção do bacilo de tifo era como uma vacinação!
Dachau, Buchenwald, Sachsenhausen, Mauthausen, Ravensbrück e Auschwitz foram centros de experiências médicas. O que destaca Natzweiler-Le Struthof neste cenário é a presença de eminentes médicos e professores da Universidade de Strasbourg.
O KL Natzweiler-Struthof, inicia sua inominável missão em  21 de maio de 1941, quando desembarcam na pequena estação de trem de Rothau, à 50 km de Strasbourg, 150 detentos vindos do KL Sachsenhausen, os quais se juntariam a outros 150 prisioneiros originários da região da Alsácia.
Heinrich Himmler
August Hirt
A presença de uma câmara de gás em Natzweiler não o torna um campo de extermínio, como foram Birkenau, Majdanek, Sobibor, Belzec, Treblinka e Chelmno. A câmara de gás não foi o único espaço para as experiências dos médicos nazistas, outras instalações foram construídas exclusivamente para servirem ao mesmo propósito inominável, como o "quarto das cobaias".

Wolfram Sievers
Josef Kramer
A Universidade de Strasbourg ocupava um lugar de prestígio no meio acadêmico do Reich, e em especial a faculdade de Medicina. Ela provocou interesses das autoridades da SS (Schutzstaffel), força militar nazista que comandava os campos de concentração e responsáveis pela L'Ahnenerbe (Sociedade para o estudo do patrimônio ancestral alemão). L'Ahnenerbe foi fundada como uma associação sem fins lucrativos em 1º de julho de 1935 por Heinrich Himmler, Herman Wirth, Walter Darré e Wolfram Sievers.
A partir do início de 1943 o KL (Konzentrazionslager) Natzweiler deu início as suas experimentações médicas a serviço da Alemanha nazista. A câmara de gás, uma parte do bloco 5 e mais tarde uma parte do crematório iniciaram seus sinistros experimentos, os quais, paralelamente, absorveram toda a estrutura científica da faculdade de Medicina da Universidade de Strasbourg.


Os 86.

Segundo Hirt, havia a necessidade da constituição de um acervo de crânios de origem Judaica, visto que, após a Conferência de Wannsee a implementação da Solução Final colocaria em risco a possibilidade da constituição da memória de um povo extinto: os Judeus! A inciativa proporcionaria as futuras gerações germânicas a oportunidade de conhecerem as formas físicas de uma raça extinta. Hirt escreveu a Himmler, "Já existem importantes coleções de crânios de todas as raças e povos. E não há um acervo adequado aos Judeus. A guerra no leste europeu avança com passos largos e não permitem a conservação de exemplares que permitam os objetivos científicos da conservação da presença histórica desta raça. Há a necessidade de controlarmos o processo de morte e do imediato transporte dos exemplares para as instalações da Universidade de Strasbourg. Aliado a fotografia dos corpos, suas medidas e seus dados concernentes  ao estudo anatômico comparativo.
A Universidade de Strasbourg, constitui-se como o local apropriado para estes estudos." Assim sendo, Himmler acompanhado por Hirt,  se encontra com Berger (comandante de Le Struthof) em 4 de setembro de 1942 e expõe a sua ideia. A escolha se daria em Auschwitz, inicialmente por 150 Judeus que seriam levados a Le Struthof onde seriam mortos por gases, para que não fossem estragados os seus corpos. Adolf Eichmann, chefe do L'Amtsgruppe-IV-B4 (Assuntos Judaicos) foi informado da constituição de uma coleção anatômica para Strasbourg, o que necessitaria do imediato transporte dos corpos de Le Struthof para a Strasbourg, evitando assim a degradação dos corpos. Uma equipe composta de um antropólogo, Dr. Fleischhacker e um auxiliar Willi Gabel iniciou a seleção, em Auschwitz.
Eles chegaram em 6 de junho e cinco dias após teriam escolhidos 115 pessoas, composto de 79 Judeus, 2 poloneses, 4 asiáticos e 30 Judias. Sievers informou a Eichmann, responsável pelo transporte, que a ação deveria ser imediata e, virtude do risco que as cobaias corriam de serem contaminadas por constantes epidemias em Auschwitz. Finalmente em 30 de julho de 1943, partem de Auschwitz  os 87 "escolhidos". Os "escolhidos" foram colocados no bloco 13 e foram completamente isolados dos outros prisioneiros em Le Struthof, pois a operação deveria ser mantida como secreta. Um fato inesperado foi a recusa de uma prisioneira em seguir para a câmara de gás, a qual foi abatida a tiro, portanto o número definitivo que chegou-se foram os 86, segundo Hirt este corpo perfurado a bala não se adequava ao projeto. Durante a sua conversa com Hirt, Kramer (Comandante de Le Struthof) afirmou que dividiria os corpos em pequenos grupos e que seriam enviados imediatamente para Hirt após a gaseificação. "Uma noite, por volta das 21 horas, os oitenta prisioneiros chegaram. Eu conduzi quinze mulheres para a câmara de gás. Disse a elas que seriam desinfetadas.  Com a ajuda de alguns guardas da SS, ordenei que se despissem completamente e jogamo-las na câmara de gás. Assim que fechamos a porta, começaram a gritar. Coloquei alguns cristais que Hirt tinha me dado, dentro do compartimento acima e fui observar os efeitos pela janela. Pude observar tudo o que se passou dentro da câmara de gás. As mulheres continuaram respirando por trinta segundos e começaram a cair no chão. Liguei a ventilação e quando abri a porta, todas estavam mortas, deitadas no chão cheio de fezes. Ordenei aos enfermeiros da SS que colocassem os corpos no caminhão e os levassem ao Instituto de Anatomia em Strasbourg, as 5 horas e 30 minutos da manhã seguinte."

Após a execução as mulheres foram as primeiras a serem transportadas, variando suas idades dos 16 anos aos 40 anos e posteriormente os homens, variando suas idades dos 20 aos 50 anos. Ao chegarem na Universidade de Strasbourg os corpos foram tratados com a injeção de formol-álcool para a sua conservação. Os homens tiveram um tratamento singular: a extração do testículo esquerdo que foram levados para o laboratório de anatomia, chefiado por Hirt.

Quando da chegada dos corpos femininos, Hirt alertou aos funcionários envolvidos, que qualquer palavra dita sobre o evento levaria o seu autor a acompanhar o destino das fêmeas executadas.  A identificação dos prisioneiros executados neste episódio, só foi possível pela ação do auxiliar de laboratório H. Henrypierre, que secretamente anotou os números que as vítimas possuíam em seus braços.

Aliado as execuções relatadas acima, muitos outros prisioneiros foram executados em Natzweiler-Struthof, de maio de 1941 a setembro de 1944. De um total de 50.000 prisioneiros de 30 países foram levados a Struthof, dos quais 22.000 foram assassinados. Finalmente em 25 de novembro de 1944, às 13h e 45 m, uma patrulha da Companhia K, 3º batalhão do 7º regimento do VI corpo do Exército dos Estados Unidos da América, liberta o campo. 
De certo que a proliferação dos campos de concentração tornou-se uma metástase e este era um pilar do sistema nazista que ainda incluiu os campos de extermínio, os centros de eutanásia, os campos de trabalho, os guetos, os campos de segurança e de reassentamento e todos serviam ao mesmo tempo a interesses políticos e econômicos de um regime totalitário, fundado numa ideologia racial, a qual declarava guerra à democracia e a todos os princípios mais elementares da dignidade humana. O sistema nazista sustentava o projeto de ser hegemônico por mil anos e que o resto do mundo, que defendesse os ideais democráticos, de liberdade e igualdade, encontrariam nos campos de concentração, o seu destino, ou seja, o mal absoluto.
De dezembro de 1944 a 1949, Natzweiler-Struthof teve o seu campo principal transformado pelas autoridades francesas num centro de retenção, para a internação de homens e mulheres acusados de colaboração com o regime nazista. Em 31 de janeiro de 1950 o campo foi declarado como monumento histórico. Em 23 de julho de 1960, o General de Gaulle inaugurou o memorial construído pelo arquiteto Bertrand Monnet e com a escultura de Lucien Fernaux. Este espaço foi nomeado como Centro da Memória Nacional da Deportação. Em 3 de novembro de 2005, Jaques Chirac, inaugura o Centro Europeu de Resistência aos Deportados.
 

  
Shalom! Aleichem.

Suporte cultural:  L'Integration d'Association avec Israel et dans le Monde/Fr .


Comments

  1. shalom jacob
    boa noite meu nome e André você deve lembrar de mim conversemos a respeito do holocausto na PUC, gostaria de parabenizá-lo pelo artigo , era algo que eu não sabia os 86 inesquecíveis , nossa conversa hoje foi ótima aprendi algumas coisas que não sabia pena que o tempo foi curto jacob mas gostaria muito de poder sentar e conversar sobre o assunto pois e muito vasto quem sabe não te encontro por la qualquer dia desses , gostaria muito de ter essa oportunidade unica de novo!
    boa noite!
    shalom

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  2. Shalom! Caro André. De certo que lembro do amigo, foi um prazer trocar ideias contigo. Fique a vontade para percorrer os textos e espero continuarmos o contato. Shalom! Aleichem.

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  3. Shalom!sim jacob vou lê los com muito prazer e me dedicar ao assunto pois é algo que me encanta!

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