JACOB JR. MY JEWISH WORLD. JEWISH-VIENA/ÁUSTRIA

HOFSBURG/VIENA

Shalom! World!

Segunda, Nissan 21, 5774 - Abril 21, 2014.

Sabemos que quando realizamos uma viagem descobrimos a "nossa cidade" em virtude das escolhas nos roteiros cumpridos. Portanto, posso afirmar que tenho a "minha Viena" e que o(a) leitor(a) possar se identificar com a já vivida, ou mesmo, criar a nova Viena que se adapte com a sua identidade e/ou sua cultura.

JEWISH MUSEUM VIENNA-PALAIS ESKELES
Viena se caracteriza politicamente, por um movimento contínuo democrático. É verdade que foram perdidos cerca de duzentos mil Judeus e hoje a Comunidade Judaica não contém mais a alegria contagiante de uma nação composta de escritores, artistas ou cientistas e nem mesmo redatores dos jornais locais, contudo seriam eles mesmos necessários? A reconstrução da cidade após a Segunda Guerra Mundial foi um enorme sucesso, apesar de ter passado por tais condições.

Downtown-Viena
Apesar deste quadro limitado, Viena continua existindo como a Viena Judaica, apesar dos que voltaram desejarem não serem Judeus!

É popular se identificar o homem de Viena com a morte, como o amor está diretamente ligado à mulher francesa. Quem mais, após tudo que se passou, é capaz de conduzí-lo aos portões do céu com uma precisão absoluta quanto ao horário? Sim, apenas o cidadão de Viena é capaz de ser tão preciso. Mais dois dados que impressionam é que cerca de um terço de todos os membros da SS integrantes dos grupos de extermínio eram austríacos e quase 50% dos seis milhões de Judeus vítimas do nazismo foram assassinados por austríacos.

JUDEN PLATZ
Mas, nós precisamos de uma nova Viena. Então devemos partir de um momento de renovação, esquecendo todo o negro passado. Vamos seguir para uma nova era!!! A minha Viena Judaica e a sua Viena podem vir a ser um dia, a nossa Viena. E assim poderemos brindar com uma taça de vinho ou uma gostosa cerveja na Juden Platz!



Downtown-Viena
Quem visita Viena e puder dar uma boa olhada na Leopoldstadt ou no centro da cidade em particular, certamente perceberá que a vida Judaica e a cultura Judaica não desapareceu e que é vital, como parte da cidade hoje. Independentemente das atividades sociais e culturais promovidas pela Comunidade Judaica, os vestígios da vida Judaica em Viena desde os tempos mais remotos, são importantes como parte da memória da cidade e da presença dos Judeus. De fato, há mais de história dos Judeus em Viena do que perseguições e banimentos, contudo a tragédia contida nestes eventos, jamais desempenhou um papel de destaque. O meu objetivo em apresentar Viena para você tem três funções: a) relatar a presença Judaica em algumas épocas; b) a relação entre os cristãos e os Judeus; c) a vida Judaica nos tempos atuais, a qual esperamos que seja capaz de evoluir sem mais qualquer interrupção violenta.


O início

A história dos Judeus em Viena na Idade Média vem do final do século XII até o seu banimento e destruição da comunidade em 1420 e 1421. Um destaque populacional foi o período do final do século XIV e o início do século XVI em particular. Após um hesitante crescimento no século XIII, a comunidade cresceu de forma vertiginosa e após o ano de 1360 já se configurava como uma das mais importantes centros Judaicos da Europa, apesar disto devo lembrar que a presença Judaica na França era mínima e que os Judeus haviam sido banidos da Inglaterra.

ALBERTINA
O primeiro Judeu que se instalou em Viena, por volta do ano 1190, era chamado de Shlom. Ele atuava como membro da corte do Duque Leopoldo V e era responsável em conseguir prata para a confecção de moedas.

Shlom possuía propriedades em Viena: ele construiu a primeira Synagogue na cidade em Seitensttengasse (registros datados do ano de 1204) e um vinhedo nos arredores de Viena. Em 1196, ele e quinze membros de sua família foram assassinados por questões antissemitas.



O antissemitismo católico

No início do século XV a Igreja Católica promoveu uma rigorosa campanha contra qualquer tipo de atividade comercial com os Judeus. Em 1420 e 1421 existia uma forte discussão se a tentativa de conversão obrigatória dos Judeus para o cristianismo teria um resultado favorável.

MONUMENT AGAINST WAR AND FASCISM
Os Judeus que permaneciam em Viena sofreram tremendos martírios, como consequência da acusação de que utilizariam sangue humano nas suas cerimônias. Muitos foram torturados até a morte e um número significativo preferiu cometer suicídio dentro da Synagogue para fugir da conversão forçada. Cerca de duzentos a trezentos membros mais proeminentes da comunidade Judaica foram queimados vivos numa fogueira no Gänseweide em Erdberg. Após tal fatídico episódio, não existiu membros Judeus em Viena por cerca de 150 anos. A comunidade Judaica mudou-se para a Bohêmia e Morávia e Praga tornou-se o mais importante centro da cultura Judaica.

A comunidade pareceu se recuperar no século XVII com a ascensão de Ferdinado III (1608-1657), contudo em 1637 a população de Viena expressava a sua insatisfação com a presença Judaica em suas vizinhanças e declaravam o desejo de que fossem outra vez completamente banidos. Durante o reinado de Leopoldo I (1659-1705) a Igreja Católica, liderada pelo bispo de Viena, Leopldo Karl Kollonitsch, promoveu ações que limitassem os direitos dos Judeus e e o banimento seria uma consequência em escalada. O segundo banimento geral ocorreu ordenado em 1669 e entrou em andamento em 1670. O primeiro secretário do bispo tornou-se o pastor da igreja erguida no mesmo local onde foi construída a Leopoldstadt Synagogue, e este fato histórico até hoje provoca uma imensa dor sobre a comunidade Judaica como uma lembrança do banimento.


Antissemitismo no século XIX.

MUSEU JUDAICO E CAFÉ ESKELES
Nem mesmo uma nova constituição, e nem o sucesso econômico que algumas famílias Judias foram capazes de evitar as atividades antissemitas e suas ideias. A igreja Católica estava por trás desta propagação das ideias antissemitas e dos argumentos racistas que inciavam a mostrar a sua face mais deformada, aliás como sempre desempenhou um papel nefasto contra a permanência dos Judeus em Viena.


O conflito religioso desencadeou um ambiente antissemita quando do debate entre Joseph Samuel Bloch, rabino e membro do parlamento, e August Rohling, professor de estudos bíblicos na universidade e Josef Deckert, padre que acusava o Talmud de promover hostilidades contra os cristãos e que os Judeus utilizariam rituais movidos pelo assassinato de garotos cristãos.

SHOAH MEMORIAL. Inaugurado em 2000, construido em memória aos 65.000 Judeus austríacos assassinados na Shoah. O projeto arquitetônico leva a assinatura de Rachel Whiteread. 
O período entre as duas Grandes Guerras foi um solo fértil para o florescimento do antissemitismo em Viena. Em 1915 e 1917 ocorreram duas grandes ondas de imigrações vindas da Galícia e Judeus poloneses, que adicionaram mais problemas na vida social da cidade que já se encontrava com sérios desafios econômicos. No início do anos de 1920 o partido Social Democrata já brandia seus slogans antissemitas nas eleições. O crescimento deste antissemitismo naturalmente fortaleceu a posição sionista.

SHOAH MEMORIAL
A anexação da Áustria por Hitler em março de 1938 foi uma catástrofe para os Judeus austríacos. Eles foram forçados por fanáticos a lavarem as calçadas e ruas com escovas de dentes e em nenhuma outra cidade dentro do raio de ação do nazismo germânico o antissemitismo foi acompanhado por tais atos tão sádicos. O número de suicídios disparou. A chegada de Adolf Eichmann e seu séquito da SS ordenou o registro e expulsão dos Judeus. Cerca de 120 mil pessoas emigraram. Em 1941, as deportações dos guettos da Polônia e da Rússia iniciaram, e seguiram para os campos de extermínio onde 65.000 Judeus austríacos morreram.

ESCOLA INFANTIL JUDAICA
Após o fim da Segunda Guerra Mundial (1945). Viena abrigava em 1938 cerca de 180.000 Judeus e poucos sobreviveram à guerra. Quando a Comunidade Judaica (Kultusgemeinde) foi reerguida, a maioria de seus membros eram provenientes do leste europeu. Os antigos membros haviam emigrado para os Estados Unidos da América e Palestina. Um pequeno punhado de Judeus vienenses retornaram ás suas casas. Eles foram raramente convidados oficialmente a retornarem às suas propriedades, com exceções a Judeus proeminentes, tal como Arnold Schönberg.

MUSEU JUDAICO
As expectativas eram sombrias de que a vida Judaica pudesse novamente florescer em Viena. A maioria do jovens Judeus continuaram a emigrarem para a Palestina. Apesar do fim da II Guerra os resquícios do antissemitismo ainda permanecia no âmago da sociedade vienense´o que não encorajava os jovens a permanecerem em Viena. A distorção que se deu foi o aumento da corrente de assimilação aos padrões goyn.


MONUMENTO EM MEMÓRIA AS VÍTIMAS DA GESTAPO

Com a formação da nova geração austríaca a comunidade Judaica começou a mudar o seu rumo. A partir dos anos de 1980 a vida da comunidade mudou e evoluiu vários níveis. Isto se deu como resultado da participação de fundações Judaicas que redescobriram Viena e auxiliaram financeiramente as instituições religiosas e educacionais.


Foram desenvolvidas ações culturais que permitiram uma forte integração com a comunidade não Judia.

CASA ONDE THEODOR HERZL MOROU
Os crimes perpetrados contra os Judeus foram vastamente divulgados quando do Julgamento de Nuremberg e similar procedimento em Viena, mas permaneceu por décadas uma atitude de negação e silêncio na Áustria. A construção de Memoriais sobre a II Guerra Mundial servem como um alerta contra o fascismo e comunismo, porém deixam em segundo plano o Holocausto. Raramente mencionado e modestamente presente nos slogans contra a guerra e o fascismo.


SYNAGOGUE - CITY TEMPLE. Seintenstettengasse 4. 

Recusar a lembrar fatos de tal gravidade cometidos contra o povo Judeu, levanta sérias questões morais. O reconhecimento que tem crescido, localizado na geração nascida após 1945, e tem dado uma demonstração de aceitação e responsabilidades, que ocasionou a formação de uma nova cultura sobre a memória do Holocausto.


Esta ação tem contribuído, até mesmo, para o surgimento de uma força extra, como um mandamento sobre os Judeus, para que também não esquecerem.

Fundações da antiga Synagogue abaixo da Juden Platz, encontrada em 1995.



RUA DOS JUDEUS

A comunidade Judaica tem concentrado grandes esforços com o intuito de fazer renascer a vida cultural. Museus e outros eventos culturais frequentemente tem sido estrelados por artistas Judeus, coisa que vinte e cinco anos atrás séria inconcebível. A notória criatividade dos artistas Judeus promove uma inestimável contribuição à vida intelectual vienense e neste momento se estabilizou com grande vigor. Eu nutro uma grande esperança que tal realidade seja o símbolo de uma nova ordem e que sustente um cenário permanente de mudanças.

Portanto, neste momento há alguém conhecendo a história Judaica em Viena. E você quando irá?

Shalom! Aleichem.

Suporte cultural:  L'Integration d'Association avec Israel et dans le Monde/Fr .

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